Por João Luís Vasconcelos Machado
quarta-feira, 16 de maio de 2012
quinta-feira, 10 de maio de 2012
22º Encontro de Fomação Litúrgica da Diocese de Jataí-GO
Por João Luís Vasconcelos Machado
Acontecerá nos dias 18 a 20 de maio de 2012 o 22º ENCONTRO DE FORMAÇÃO LITÚRGICA, da Diocese, na Cidade Episcopal de Jataí-GO. O tema deste encontro será "O CANTO NA LITURGIA - FUNDAMENTOS E PRÁTICA", que será assessorado pelo Padre Joaquim Cavalcante, da Diocese de Itumbiara-GO. Os músicos e cantores de nossa paróquia que se interessarem, deverão procurar a secretaria paroquial em horário de expediente e preencher a ficha de inscrição. O evento terá início no dia 18/05, sexta-feira, às 18h30min, com o jantar, e terminará no dia 20/05, domingo, às 12h00min. Cada paróquia dispõe de 5 vagas.
terça-feira, 8 de maio de 2012
"Ó Pai, Somos Nós o Povo Eleito que Cristo Veio Reunir..." Jubileu Áureo dos Monges Beneditinos de Mineiros-GO
Por D. Duane Gary Roy (Dom Rui), OSB
Igreja São Bento |
Padre Helenivaldo, Dom Joaquim e Padre Humberto |
Famílias
comemoram o Jubileu de Ouro de seus pais e avós, como um momento para valorizar
as memórias de dedicação e amor. Nós monges também teve essa
oportunidade. Cinqüenta e um anos atrás a Abadia de São Bento, em Kansas,
nos Estados Unidos, enviou alguns de seus monges ao Brasil para fundar outro
mosteiro. Eles foram recebidos na cidade de Mineiros, Goiás, em 26 de abril de
1962, cinqüenta anos atrás. O Abade atual da Abadia, Dom Barnabas Senecal, veio
para celebrar o evento solene conosco.
Dom Heriberto Hermes, OSB |
Dom Barnabas Senecal, OSB - Abade |
Ele apresentou-nos um cálice para
usar em nossas missas que simbolizam os nossos esforços unidos para viver e
fortalecer o vínculo do amor no Senhor ressuscitado. Ele participou das
três missas de Ação de Graças, deixando sua mensagem de gratidão e
encorajamento: na Igreja de São Bento, sábado, 28 de abril, presidida pelo
Bispo Dom Herberto Hermes, OSB, na Matriz Espírito Santo, domingo, 29 de abril,
presidida por Dom Rodrigo Perissinotto, OSB, e no Mosteiro de São Bento em
Goiânia, segunda-feira, 30 de abril. Nesta casa de formação em Goiânia, Dom
Prior Duane Roy (D. Rui), OSB, presidiu e pregou na missa concelebrada pelos
bispos eméritos, Dom Antônio e Dom Heriberto. A Igreja Matriz do
Divino Espírito Santo em Mineiros é onde os monges missionários começaram o
Priorado São José, e exerceram seu ministério paroquial até a criação da
Paróquia de São Bento em 2010, uma segunda paróquia na cidade de Mineiros.
Dom Heriberto Hermes, OSB - Monge do Priorado São José e Bispo Emérito de Cristalândia-TO |
Em
Goiânia, no dia depois da celebração, uma família veio ao mosteiro para
celebrar a missa da tarde conosco. O casal participa dos Oblatos Beneditinos. Eles
participaram da celebração histórica na noite anterior. Aproveitei a
oportunidade para perguntar o que eles consideraram significativo sobre a
celebração. Ele disse que cinqüenta anos fala de permanência e
estabilidade. Usando uma comparação de sua vida profissional como vendedor
explicou que alguns
produtos estão nas prateleiras por mais tempo do que
outros, mas estes também perdem a popularidade. A vida monástica é um produto
em oferta por um longo tempo, e continua forte até hoje! Cláudia, sua
esposa, disse que percebeu uma alegria tranqüila quando alguns dos monges
falaram de seus confrades no passado, e em relatar estórias que irradiavam
orgulho do seu passado, e contentamento por fazer parte deste grupo de monges.
O Arcebispo
emérito de Goiânia, Dom Antônio Ribeiro de Oliveira, esteve presente para o
evento em Goiânia, e o Bispo emérito da Prelazia de Cristalândia, Dom Heriberto
John Hermes, OSB, que completa 50 anos como membro do Priorado de São José, no
final deste mesmo ano.
Dom Heriberto atestou da maneira pela qual os monges americanos se relacionaram com os brasileiros ao longo dos anos, ouvindo e aprendendo, em posição de diálogo. Sua chegada ao Brasil coincidiu com a abertura do Concílio Vaticano II. Ele disse que os monges assimilaram o espírito e os ensinamentos deste Concílio, especificamente, a importância da formação e participação dos leigos na Igreja. Ele ressaltou a hospitalidade das famílias na cidade de Mineiros, que abriram para nós suas casas e seus corações, o que facilitou para os monges de se adaptar e 'encarnar' numa cultura diferente. Ele também enfatizou a centralidade do "Ora et Labora" – Oração e Trabalho - o carisma beneditino em nosso testemunho de missionários.
Dom Joaquim Carlos, que ingressou no mosteiro São José em 1974, compartilhou com o grupo de amigos, oblatos, clérigos e religiosas que era o Arcebispo Dom Antônio quem gentilmente recebeu os monges na Arquidiocese de Goiânia, incentivando-os a construir sua casa monástica de formação, não necessitando de assumir uma paróquia, mas para manter as portas abertas para leigos e clérigos que procuram orientação espiritual e reconciliação sacramental.
Comunidade Monástica unida ao Clero Diocesano de Jataí-GO |
Almoço Comemorativo, no PAVIP |
Dom
Vinícius, nosso mais jovem monge-presbítero, resumiu: "Fizemos um profundo
olhar ao nosso passado com esta celebração, e alegramo-nos com
gratidão. Precisamos agora olhar para frente, não só para planejar e
administrar nossas atividades, mas para sermos homens de visão do carisma
beneditino e evangelização.
Com o coração agradecido e esperança renovada abraçamos o futuro. Agradecemos a cada um de vocês por seu apoio e preces.
Para visualizar a Galeria de Fotos, acesse aqui.
Dom Rui, OSB, Prior
Monges celebram na Matriz Divino Espírito Santo |
Celebração em Goiânia |
Dom Duane Roy (Dom Rui), OSB - Prior |
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Retiro Espiritual do Movimento Serra
Por Emília Aparecida
Houve, no dia 22 de abril, mais num Encontro de Aprofundamento Espiritual do Movimento Serra, onde participaram 60 serranos da Comunidade Serra de Mineiros, Jataí e Portelândia. O tema abordado no evento foi o ANO DA FÉ. O mesmo contou com a participação de Ir. Maria das Graça, OSB, e do Coordenador Distrital, Sr. Wesley Arantes e sua esposa Rosângela.
Retiro dos Oblatos
Por Ir. Eliene Batista Gouvêa, OSB
Após
a reflexão foi dado um tempo para lanche, oração pessoal e partilha da
experiência. Os participantes relataram a grande riqueza de rezar como
associado beneditino e ainda participar, como pais e mães de família, do estilo
de vida inspirado pela Regra, os Sacramentos e a Lectio Divina como parte
importante do compromisso de oblatos. Essa partilha foi enriquecida com a
orientação de Dom Rui sobre a Regra de
São Bento como fonte de Espiritualidade: nesta fonte podemos encontrar a
educação para a Contemplação, a plenitude da Vida no Espírito, Vida Pascal e a
Sagrada Escritura como alimento cotidiano na comunidade, o lugar de aprender a
servir, tendo o abade fazendo às vezes de Cristo, no trabalho e na oração para
a glorificação de Deus e o desenvolvimento das virtudes.
As
virtudes, conforme a regra beneditina, são as energias espirituais da vida
monástica, apresentadas como instrumentos da arte espiritual: o perdão, a paz,
a renúncia, o silêncio, a paciência, a verdade, o amor, a oração, a humildade,
o bom zelo, o temor de Deus e a partilha dos dons e bens. Em resumo, o que São Bento escreve na Regra
sintetiza o sentido da vida monástica com estas palavras: “Nada absolutamente
anteponham a Cristo que nos conduz juntos para a vida eterna”. (RB, 72)
Entre várias reflexões nesse encontro, Dom Rui também destacou que a Oração na Regra de São Bento é considerada como um meio de crescimento e descoberta para realizar a vontade do Pai. Toda ação da vida monástica situa-se na oração: a recepção do irmão, do hóspede, a transmissão de cargo, o Ofício Divino, a Lectio Divina, a celebração mesmo no local de trabalho... As pessoas de vida monástica, para São Bento, vivem como pobre a procura do auxílio de Deus, reconhecendo sua limitação, seu pecado e a purificação do coração (caps. 16; 19; 20; 42; 50; 53; 67...). São Bento considera o Mosteiro como uma Escola do Serviço do Senhor para que as pessoas de vida monástica sejam solícitas na busca do verdadeiro encontro com Deus.
No
dia 21 de abril, no Mosteiro Santa Maria Mãe de Deus, foi realizado um retiro
de oblatos e oblatas beneditinos sob a direção espiritual do prior do Mosteiro
São José, Dom Rui, OSB. O retiro se iniciou com as boas vindas, feitas pela
prioresa do Mosteiro Santa Maria Mãe de Deus, irmã Eliene, OSB; e com a oração
da manhã: Laudes, as atividades foram iniciadas. Após a oração foi o momento de
integração e lanche. A Irmã Ironide, OSB
coordenou a Dinâmica de Apresentação: “História
do nome”. Dom Rui continuou as atividades com a reflexão: “Dicas para crescer na vida espiritual, do
jeito beneditino”. Esse tema sugere a disciplina na vida de oração: lugar e
hora para fazê-la, relaxamento, sono restaurador, exercícios físicos,
caminhada, encontro com outras pessoas; também é preciso manter a serenidade, a
paciência e espírito de entrega na humildade para praticarmos as boas obras,
ter aceitação das limitações próprias - como aceitar as dos outros como seres
humanos. Todos esses e outros pontos foram baseados na Regra de São Bento e nos
ensinamentos de Jesus Cristo.
A
confraternização durante o almoço expressou a amizade e tranqüilidade familiar
ao grupo. Após animada interação, organização do ambiente e tempo livre,
aconteceu a partilha da história dos santos do dia do aniversário dos
participantes do grupo em reflexão.
Entre várias reflexões nesse encontro, Dom Rui também destacou que a Oração na Regra de São Bento é considerada como um meio de crescimento e descoberta para realizar a vontade do Pai. Toda ação da vida monástica situa-se na oração: a recepção do irmão, do hóspede, a transmissão de cargo, o Ofício Divino, a Lectio Divina, a celebração mesmo no local de trabalho... As pessoas de vida monástica, para São Bento, vivem como pobre a procura do auxílio de Deus, reconhecendo sua limitação, seu pecado e a purificação do coração (caps. 16; 19; 20; 42; 50; 53; 67...). São Bento considera o Mosteiro como uma Escola do Serviço do Senhor para que as pessoas de vida monástica sejam solícitas na busca do verdadeiro encontro com Deus.
O
Ofício de Vésperas e o lanche de confraternização encerraram o riquíssimo
momento de espiritualidade monástica compartilhado entre Dom Rui, OSB, irmãs
beneditinas de Mineiros e oblatos (as): homens e mulheres que vivem em suas
famílias e comunidades a espiritualidade cristã/ beneditina.
Oblatos e Oblatas beneditinos são
pessoas cristãs (leigas ou ordenadas, casadas, solteiras, desquitadas ou
viúvas) que chamadas por Deus procuram viver com coerência o Batismo, a
Confirmação e a Eucaristia dentro do Espírito da Regra de São Bento. No
conteúdo desta, encontra alimento e estímulo para tenderem à perfeição
evangélica e à glorificação de Deus.
Existem duas categorias de oblatos e oblatas: a dos oblatos regulares que, residem no mosteiro, e a dos oblatos seculares, que residem em suas próprias casas.Oblato quer dizer “oferecido ao Senhor”.
Existem duas categorias de oblatos e oblatas: a dos oblatos regulares que, residem no mosteiro, e a dos oblatos seculares, que residem em suas próprias casas.Oblato quer dizer “oferecido ao Senhor”.
A oblação beneditina requer certa
preparação, que se dá em dois períodos denominados Postulantado e Noviciado, de
aproximadamente um ano cada. No primeiro se estuda o Estatuto do Oblato, no
segundo se dá o estudo da Regra de São Bento.
Qualquer mosteiro autônomo de monges
ou monjas da Congregação Beneditina tem o direito de receber oblatos e oblatas.
Quem desejar saber mais sobre como se
tornar oblato ou oblata beneditino entre em contato conosco pelo e-mail: mosteiro@msaojose.org.
Que
em tudo seja Deus Glorificado!
Jornada Mundial da Juventude
A Cruz dos Jovens e o Ícone de Nossa Senhora, Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), chegam ao centro do país no mês de maio. A peregrinação começa por Tocantins, em seguida, passa pelo Distrito Federal, e depois segue para Goiás. Os dois estados, mais o DF, compõem o Regional Centro-Oeste da CNBB.
O itinerário passará por 17 dioceses, sendo que três delas são arquidioceses (Palmas, Brasília e Goiânia), e uma delas é uma prelazia: Cristalândia, sediada em Tocantins. Prelazia é uma circunscrição territorial semelhante a uma diocese, mas que recebe esse nome por circunstâncias especiais, como a grande extensão, a baixa densidade demográfica ou a escassez de estrutura.
O Regional Centro-Oeste também tem outra pecularidade: nem todas as dioceses seguem exatamente os limites estaduais. É o que ocorre com a Diocese de Porto Nacional, que abarca paróquias localizadas em municípios de Goiás e Tocantins. O mesmo ocorre com a Prelazia de Cristalândia. Além disso, a Ilha do Bananal, que pertence ao Estado de Tocantins, faz parte de outra prelazia, a de São Félix do Araguaia, que, por sua vez, está sediada em Mato Grosso, estado que corresponde ao Regional Oeste 2.
A peregrinação da Cruz e do Ícone no Regional Centro-Oeste terá duas grandes celebrações especiais: O Bote Fé Palmas, no dia 6 de maio, e o Bote Fé Brasília, no dia 12 de maio, quando os Símbolos da JMJ chegam finalmente à capital do Brasil. Depois de passar por todo o regional, os Símbolos seguem para o Mato Grosso do Sul, estado que corresponde ao Regional Oeste 1 da CNBB.
Veja a seguir o roteiro completo:
1° a 2 de maio: Diocese de Tocantins (TO)
3 a 4 de maio: Diocese de Miracema do Tocantinópolis (TO)
5 a 7 de maio: Arquidiocese de Palmas (TO)
8 e 9 de maio: Diocese de Porto Nacional (TO)
10 e 11 de maio: Prelazia de Cristalândia (TO)
12 e 13 de maio: Arquidiocese de Brasília (DF)
14 e 15 de maio: Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO)
16 e 17 de maio: Diocese de Goiás (GO)
18 e 19 de maio: Diocese de São Luís de Montes Belos (GO)
20 a 21 de maio: Diocese de Jataí (GO)
22 e 23 de maio: Diocese de Itumbiara (GO)
24 e 25 de maio: Diocese de Ipameri (GO)
26 a 29 de maio: Arquidiocese de Goiânia (GO)
30 e 31 de maio: Diocese de Anápolis (GO)
1° a 2 de junho: Diocese de Luziânia (GO)
3 e 4 de junho: Diocese de Formosa (GO)
5 e 7 de junho: Diocese de Uruaçu (GO)
Mineiros será a primeira cidade da Diocese de Jataí a receber os símbolos da Jornada, no dia 20 de maio. Em breve, disponibilizaremos os horários.
Mensagem do Papa Bento XVI, Sobre o 46º Dia Mundial das Comunicações
Silêncio e palavra: caminho de evangelização
Amados irmãos e irmãs,
Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações
Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto
do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes
fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da
relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem
equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e
uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem
mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou,
no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram
reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.
O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem
ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e
conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento,
compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do
outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que
fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por
falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se
um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais
plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais
autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do
rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a
alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma
forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma
comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela
capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços.
Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o
silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório.
Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre
acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a
avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar
opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por
isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de
«ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.
Grande parte da dinâmica atual da comunicação é
feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes
sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram
conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se
tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de
hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se
pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o
necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que
recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente
importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação,
aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana:
Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante
acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um
diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite
à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma
resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de
si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no
coração do homem.
No fundo, este fluxo incessante de perguntas
manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas
ou grandes, que dêem sentido e esperança à existência. O homem não se pode
contentar com uma simples e tolerante troca de cépticas opiniões e experiências
de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo
anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, «quando as pessoas trocam
informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas
esperanças, os seus ideais» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações
Sociais de 2011).
Devemos olhar com interesse para as várias formas de
sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a
viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar
espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de
Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só
versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não
descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se,
nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços
privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela
Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala
também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio
do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e
Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada.
(...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos
obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exort. ap. pós-sinodal
Verbum Domini, 30 de Setembro de 2010, n. 21). No silêncio da Cruz, fala a
eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de
Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme
(…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos»
(cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor
pela humanidade.
Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o
homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. «Temos
necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no
silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra
redentora» (Homilia durante a Concelebração Eucarística com os Membros da
Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006). Quando falamos da
grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo,
abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda
a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de
«anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com
Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do
Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu
sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom
de amor total que salva.
Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais
forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele
desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a
história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina
realiza-se por meio de «ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de
tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam
e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as
palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido»
(Const. dogm. Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de
Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu
a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos
fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de
Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz
de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste
Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos
a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor
que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.
Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer
dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é
particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e
palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da
Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A
Maria, cujo silêncio «escuta e faz florescer a Palavra» (Oração pela Ágora dos
Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de Setembro de 2007), confio toda a obra de
evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.
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