quinta-feira, 10 de maio de 2012

22º Encontro de Fomação Litúrgica da Diocese de Jataí-GO



Por João Luís Vasconcelos Machado

Acontecerá nos dias 18 a 20 de maio de 2012 o 22º ENCONTRO DE FORMAÇÃO LITÚRGICA, da Diocese, na Cidade Episcopal de Jataí-GO. O tema deste encontro será "O CANTO NA LITURGIA - FUNDAMENTOS E PRÁTICA", que será assessorado pelo Padre Joaquim Cavalcante, da Diocese de Itumbiara-GO. Os músicos e cantores de nossa paróquia que se interessarem, deverão procurar a secretaria paroquial em horário de expediente e preencher a ficha de inscrição. O evento terá início no dia 18/05, sexta-feira, às 18h30min, com o jantar, e terminará no dia 20/05, domingo, às 12h00min. Cada paróquia dispõe de 5 vagas.


terça-feira, 8 de maio de 2012

"Ó Pai, Somos Nós o Povo Eleito que Cristo Veio Reunir..." Jubileu Áureo dos Monges Beneditinos de Mineiros-GO


Por D. Duane Gary Roy (Dom Rui), OSB


Igreja São Bento

Padre Helenivaldo, Dom Joaquim e Padre Humberto
Famílias comemoram o Jubileu de Ouro de seus pais e avós, como um momento para valorizar as memórias de dedicação e amor. Nós monges também teve essa oportunidade. Cinqüenta e um anos atrás a Abadia de São Bento, em Kansas, nos Estados Unidos, enviou alguns de seus monges ao Brasil para fundar outro mosteiro. Eles foram recebidos na cidade de Mineiros, Goiás, em 26 de abril de 1962, cinqüenta anos atrás. O Abade atual da Abadia, Dom Barnabas Senecal, veio para celebrar o evento solene conosco. 

Dom Heriberto Hermes, OSB 
Dom Barnabas Senecal, OSB - Abade


Ele apresentou-nos um cálice para usar em nossas missas que simbolizam os nossos esforços unidos para viver e fortalecer o vínculo do amor no Senhor ressuscitado. Ele participou das três missas de Ação de Graças, deixando sua mensagem de gratidão e encorajamento: na Igreja de São Bento, sábado, 28 de abril, presidida pelo Bispo Dom Herberto Hermes, OSB, na Matriz Espírito Santo, domingo, 29 de abril, presidida por Dom Rodrigo Perissinotto, OSB, e no Mosteiro de São Bento em Goiânia, segunda-feira, 30 de abril. Nesta casa de formação em Goiânia, Dom Prior Duane Roy (D. Rui), OSB, presidiu e pregou na missa concelebrada pelos bispos eméritos, Dom Antônio e Dom Heriberto.  A Igreja Matriz do Divino Espírito Santo em Mineiros é onde os monges missionários começaram o Priorado São José, e exerceram seu ministério paroquial até a criação da Paróquia de São Bento em 2010, uma segunda paróquia na cidade de Mineiros.

Dom Heriberto Hermes, OSB - Monge do Priorado São José e Bispo Emérito de Cristalândia-TO


Em Goiânia, no dia depois da celebração, uma família veio ao mosteiro para celebrar a missa da tarde conosco. O casal participa dos Oblatos Beneditinos. Eles participaram da celebração histórica na noite anterior. Aproveitei a oportunidade para perguntar o que eles consideraram significativo sobre a celebração. Ele disse que cinqüenta anos fala de permanência e estabilidade. Usando uma comparação de sua vida profissional como vendedor explicou que alguns
 produtos estão nas prateleiras por mais tempo do que outros, mas estes também perdem a popularidade. A vida monástica é um produto em oferta por um longo tempo, e continua forte até hoje! Cláudia, sua esposa, disse que percebeu uma alegria tranqüila quando alguns dos monges falaram de seus confrades no passado, e em relatar estórias que irradiavam orgulho do seu passado, e contentamento por fazer parte deste grupo de monges.
 

O Arcebispo emérito de Goiânia, Dom Antônio Ribeiro de Oliveira, esteve presente para o evento em Goiânia, e o Bispo emérito da Prelazia de Cristalândia, Dom Heriberto John Hermes, OSB, que completa 50 anos como membro do Priorado de São José, no final deste mesmo ano.

Dom Heriberto atestou da maneira pela qual os monges americanos se relacionaram com os brasileiros ao longo dos anos, ouvindo e aprendendo, em posição de diálogo. Sua chegada ao Brasil coincidiu com a abertura do Concílio Vaticano II. Ele disse que os monges assimilaram o espírito e os ensinamentos deste Concílio, especificamente, a importância da formação e participação dos leigos na Igreja. Ele ressaltou a hospitalidade das famílias na cidade de Mineiros, que abriram para nós suas casas e seus corações, o que facilitou para os monges de se adaptar e 'encarnar' numa cultura diferente. Ele também enfatizou a centralidade do "Ora et Labora" – Oração e Trabalho - o carisma beneditino em nosso testemunho de missionários.


Dom Joaquim Carlos, que ingressou no mosteiro São José em 1974, compartilhou com o grupo de amigos, oblatos, clérigos e religiosas que era o Arcebispo Dom Antônio quem gentilmente recebeu os monges na Arquidiocese de Goiânia, incentivando-os a construir sua casa monástica de formação, não  necessitando de assumir uma paróquia, mas para manter as portas abertas para leigos e clérigos que procuram orientação espiritual e reconciliação sacramental.

 
Comunidade Monástica unida ao Clero Diocesano de Jataí-GO
Almoço Comemorativo, no PAVIP


Dom Vinícius, nosso mais jovem monge-presbítero, resumiu: "Fizemos um profundo olhar ao nosso passado com esta celebração, e alegramo-nos com gratidão. Precisamos agora olhar para frente, não só para planejar e administrar nossas atividades, mas para sermos homens de visão do carisma beneditino e evangelização.

 

Com o coração agradecido e esperança renovada abraçamos o futuro. Agradecemos a cada um de vocês por seu apoio e preces.




Para visualizar a Galeria de Fotos, acesse aqui.

Dom Rui, OSB, Prior






Monges celebram na Matriz Divino Espírito Santo
Celebração em Goiânia
Dom Duane Roy (Dom Rui), OSB - Prior

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Retiro Espiritual do Movimento Serra



Por Emília Aparecida

Houve, no dia 22 de abril, mais num Encontro de Aprofundamento Espiritual do Movimento Serra, onde participaram 60 serranos da Comunidade Serra de Mineiros, Jataí e Portelândia. O tema abordado no evento foi o ANO DA FÉ. O mesmo contou com a participação de Ir. Maria das Graça, OSB, e do Coordenador Distrital, Sr. Wesley Arantes e sua esposa Rosângela.



Retiro dos Oblatos

Por Ir. Eliene Batista Gouvêa, OSB


No dia 21 de abril, no Mosteiro Santa Maria Mãe de Deus, foi realizado um retiro de oblatos e oblatas beneditinos sob a direção espiritual do prior do Mosteiro São José, Dom Rui, OSB. O retiro se iniciou com as boas vindas, feitas pela prioresa do Mosteiro Santa Maria Mãe de Deus, irmã Eliene, OSB; e com a oração da manhã: Laudes, as atividades foram iniciadas. Após a oração foi o momento de integração e lanche.  A Irmã Ironide, OSB coordenou a Dinâmica de Apresentação: “História do nome”. Dom Rui continuou as atividades com a reflexão: “Dicas para crescer na vida espiritual, do jeito beneditino”. Esse tema sugere a disciplina na vida de oração: lugar e hora para fazê-la, relaxamento, sono restaurador, exercícios físicos, caminhada, encontro com outras pessoas; também é preciso manter a serenidade, a paciência e espírito de entrega na humildade para praticarmos as boas obras, ter aceitação das limitações próprias - como aceitar as dos outros como seres humanos. Todos esses e outros pontos foram baseados na Regra de São Bento e nos ensinamentos de Jesus Cristo.



Após a reflexão foi dado um tempo para lanche, oração pessoal e partilha da experiência. Os participantes relataram a grande riqueza de rezar como associado beneditino e ainda participar, como pais e mães de família, do estilo de vida inspirado pela Regra, os Sacramentos e a Lectio Divina como parte importante do compromisso de oblatos. Essa partilha foi enriquecida com a orientação de Dom Rui sobre a Regra de São Bento como fonte de Espiritualidade: nesta fonte podemos encontrar a educação para a Contemplação, a plenitude da Vida no Espírito, Vida Pascal e a Sagrada Escritura como alimento cotidiano na comunidade, o lugar de aprender a servir, tendo o abade fazendo às vezes de Cristo, no trabalho e na oração para a glorificação de Deus e o desenvolvimento das virtudes.


As virtudes, conforme a regra beneditina, são as energias espirituais da vida monástica, apresentadas como instrumentos da arte espiritual: o perdão, a paz, a renúncia, o silêncio, a paciência, a verdade, o amor, a oração, a humildade, o bom zelo, o temor de Deus e a partilha dos dons e bens.  Em resumo, o que São Bento escreve na Regra sintetiza o sentido da vida monástica com estas palavras: “Nada absolutamente anteponham a Cristo que nos conduz juntos para a vida eterna”. (RB, 72)
A confraternização durante o almoço expressou a amizade e tranqüilidade familiar ao grupo. Após animada interação, organização do ambiente e tempo livre, aconteceu a partilha da história dos santos do dia do aniversário dos participantes do grupo em reflexão.


Entre várias reflexões nesse encontro, Dom Rui também destacou que a Oração na Regra de São Bento é considerada como um meio de crescimento e descoberta para realizar a vontade do Pai.  Toda ação da vida monástica situa-se na oração: a recepção do irmão, do hóspede, a transmissão de cargo, o Ofício Divino, a Lectio Divina, a celebração mesmo no local de trabalho...   As pessoas de vida monástica, para São Bento, vivem como pobre a procura do auxílio de Deus, reconhecendo sua limitação, seu pecado e a purificação do coração (caps. 16; 19; 20; 42; 50; 53; 67...). São Bento considera o Mosteiro como uma Escola do Serviço do Senhor para que as pessoas de vida monástica sejam solícitas na busca do verdadeiro encontro com Deus.

O Ofício de Vésperas e o lanche de confraternização encerraram o riquíssimo momento de espiritualidade monástica compartilhado entre Dom Rui, OSB, irmãs beneditinas de Mineiros e oblatos (as): homens e mulheres que vivem em suas famílias e comunidades a espiritualidade cristã/ beneditina.
Oblatos e Oblatas beneditinos são pessoas cristãs (leigas ou ordenadas, casadas, solteiras, desquitadas ou viúvas) que chamadas por Deus procuram viver com coerência o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia dentro do Espírito da Regra de São Bento.  No conteúdo desta, encontra alimento e estímulo para tenderem à perfeição evangélica e à glorificação de Deus. 


Existem duas categorias de oblatos e oblatas: a dos oblatos regulares que, residem no mosteiro, e a dos oblatos seculares, que residem em suas próprias casas.Oblato quer dizer “oferecido ao Senhor”.
A oblação beneditina requer certa preparação, que se dá em dois períodos denominados Postulantado e Noviciado, de aproximadamente um ano cada. No primeiro se estuda o Estatuto do Oblato, no segundo se dá o estudo da Regra de São Bento.

Qualquer mosteiro autônomo de monges ou monjas da Congregação Beneditina tem o direito de receber oblatos e oblatas.

Quem desejar saber mais sobre como se tornar oblato ou oblata beneditino entre em contato conosco pelo e-mail: mosteiro@msaojose.org.

Que em tudo seja Deus Glorificado!

Jornada Mundial da Juventude

Por João Luís Vasconcelos Machado




A Cruz dos Jovens e o Ícone de Nossa Senhora, Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), chegam ao centro do país no mês de maio. A peregrinação começa por Tocantins, em seguida, passa pelo Distrito Federal, e depois segue para Goiás. Os dois estados, mais o DF, compõem o Regional Centro-Oeste da CNBB.



O itinerário passará por 17 dioceses, sendo que três delas são arquidioceses (Palmas, Brasília e Goiânia), e uma delas é uma prelazia: Cristalândia, sediada em Tocantins. Prelazia é uma circunscrição territorial semelhante a uma diocese, mas que recebe esse nome por circunstâncias especiais, como a grande extensão, a baixa densidade demográfica ou a escassez de estrutura.

O Regional Centro-Oeste também tem outra pecularidade: nem todas as dioceses seguem exatamente os limites estaduais. É o que ocorre com a Diocese de Porto Nacional, que abarca paróquias localizadas em municípios de Goiás e Tocantins. O mesmo ocorre com a Prelazia de Cristalândia. Além disso, a Ilha do Bananal, que pertence ao Estado de Tocantins, faz parte de outra prelazia, a de São Félix do Araguaia, que, por sua vez, está sediada em Mato Grosso, estado que corresponde ao Regional Oeste 2.

A peregrinação da Cruz e do Ícone no Regional Centro-Oeste terá duas grandes celebrações especiais: O Bote Fé Palmas, no dia 6 de maio, e o Bote Fé Brasília, no dia 12 de maio, quando os Símbolos da JMJ chegam finalmente à capital do Brasil. Depois de passar por todo o regional, os Símbolos seguem para o Mato Grosso do Sul, estado que corresponde ao Regional Oeste 1 da CNBB.

Veja a seguir o roteiro completo:

1° a 2 de maio: Diocese de Tocantins (TO)
3 a 4 de maio: Diocese de Miracema do Tocantinópolis (TO)
5 a 7 de maio: Arquidiocese de Palmas (TO)
8 e 9 de maio: Diocese de Porto Nacional (TO)
10 e 11 de maio: Prelazia de Cristalândia (TO)
12 e 13 de maio: Arquidiocese de Brasília (DF)
14 e 15 de maio: Diocese de Rubiataba-Mozarlândia (GO)
16 e 17 de maio: Diocese de Goiás (GO)
18 e 19 de maio: Diocese de São Luís de Montes Belos (GO)
20 a 21 de maio: Diocese de Jataí (GO)
22 e 23 de maio: Diocese de Itumbiara (GO)
24 e 25 de maio: Diocese de Ipameri (GO)
26 a 29 de maio: Arquidiocese de Goiânia (GO)
30 e 31 de maio: Diocese de Anápolis (GO)
1° a 2 de junho: Diocese de Luziânia (GO)
3 e 4 de junho: Diocese de Formosa (GO)
5 e 7 de junho: Diocese de Uruaçu (GO)

Mineiros será a primeira cidade da Diocese de Jataí a receber os símbolos da Jornada, no dia 20 de maio. Em breve, disponibilizaremos os horários.

Mensagem do Papa Bento XVI, Sobre o 46º Dia Mundial das Comunicações



 
 Silêncio e palavra: caminho de evangelização


Amados irmãos e irmãs,

Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.
O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.
Grande parte da dinâmica atual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.
No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que dêem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de cépticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, «quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).
Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exort.  ap. pós-sinodal Verbum Domini, 30 de Setembro de 2010, n. 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos» (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.
Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. «Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora» (Homilia durante a Concelebração Eucarística com os Membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de «anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.
Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de «ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (Const. dogm. Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.
Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio «escuta e faz florescer a Palavra» (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de Setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.